Saturday, January 12, 2008

Sobre a Morte

Desde que aprendi que éramos constituídos por partículas, que resolvi arrumar a questão da morte, imaginando que existe uma probabilidade não nula de tudo o que me constitui, incluindo a minha consciência e a alma(que talvez tenham base física) se volte a reunir um dia, uma vez que o prazo para tal acontecer é infinito.Mas o problema é que isso não resolve o facto de que aquilo que deu sentido à minha vida, as minhas memórias, se percam para sempre.E nesse caso para que quero viver depois da morte, sendo isso uma traição desejada a quem amo e preencheu a minha vida.Daria eu as minhas memórias a perder em troca de uma nova vida na qual seria como se as pessoas que amo agora nem existissem?Será possível eu amar alguém e querer a minha imortalidade ao mesmo tempo?Não seria demasiado conveniente se a natureza tivesse reservado para nós uma solução que incluisse viver para sempre e estar com quem se quisesse?
A única solução que encontro é esperar que nestes pulsares do universo, aconteça nalgum deles o meu reencontro com tudo o que tinha vivido na vida anterior, pois só nascendo com mesmo código genético e tendo as mesmas memórias poderia encontrar aquilo a que chamei de "minha vida" e da qual preciso para poder definir aquilo a que chamo de "mim próprio".

Mas eu posso estar neste preciso momento a viver uma reencarnação.Mas que diferença me faz viver mais uma vida se a minha alma não traz consigo a lembrança da anterior?

E mesmo que a vida de um homem seja um sonho tido por outro.Quando um acorda, o outro morre.E assim sucessivamente.
Quer tudo acabe, quer volte a viver, todas estas minhas questões dão-se na minha cabeça e são assistidas pela minha consciência de existir.Consciência essa que não irá conhecer outra vida senão esta.E estará sempre condenada a esta ironia de não escapar à morte, pois está fechada na minha vida.

O que interessa é que mesmo que eu reencarne, isso não resolve a minha verdadeira morte, mesmo que ela se repita infinitamente...

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