Thursday, January 10, 2008
Últimas considerações sobre o Tabaco e outras drogas...
Mas a verdade é que todos nós estamos dependentes de uma série de coisas.Eu próprio tenhos os meus pulsares.Hà pessoas dependentes de coisas estúpidas ou de chamar a atenção.Hà muitas drogas por aí, umas comercializadas, outras não.
Mas quanto ao tabaco, compreendo, mais ou menos, as pessoas que se agarram a este placebo em forma de tique nervoso.Muita gente até benefecia desses tiques.Como eu, por estar a andar de um lado para o outro, poder pensar melhor ou ter alguma ideia nova...Até o facto de vir aqui escrever apesar de apenas 2 ou 3 pessoas(às vezes, nenhuma) virem ler o que escrevi, pode ser apenas uma alternativa que tenho para quando estou ansioso e preciso de fazer alguma coisa.Agora não me venham culpar se aparecer alguém a cobrar-me para eu poder fazer isso e que o torne tão viciante, que faz desta actividade um negócio de milhões que, por sua vez, atola a internet até ela ficar impraticável...
Wednesday, January 9, 2008
Outra Utopia

Ferrari GTB Fiorano
Utopia vs sistema
Pensam ser mais acertado que cada um defenda a sua própria causa e confesse directamente ao juiz o mesmo que contaria ao advogado.Deste modo haverá menos ambiguidade e a verdade descobrir-se-á mais facilmente, pois o juiz pesará e examinará com bom senso as razões de cada um, a quem nenhum advogado instruiu com impostura, defendendo os espíritos ingénuos e simples contra as calúnias maliciosas dos malabaristas de palavras(...)Na Utopia, no entanto, todos são advogados hábeis, pois é pequeno o número de leis que os regem e a sua interpretação mais simples e vulgar é considerada a mais justa(...) a intervenção cheia de subtilezas e habilidades é acessível a pouca gente e só esclarece um pequeno número, enquanto as leis formuladas com clareza e simplicidade são facilmente compreendidas por todos(...) leis estabelecidas sejam tão equívocas e confusas que só se consegue uma interpretação verdadeira depois de grande discussão e de longos estudos?E se para conseguir descobrir o seu significado não chega o entendimento simples do povo, nem a vida inteira dos que ocupam o seu tempo somente em ganhar o pão com o suor do seu rosto..."
Thomas More, in Utopia
Ele lá devia saber.Era advogado...
Tuesday, January 8, 2008
A paridade e outras leis estúpidas
O problema não está nas ideias em si.Nem sequer na utilidade das leis.O problema é que o nosso julgamento da viabilidade das mesmas já está à partida viciado pelo hábito de não esperar que o sistema seja inteligente.A descrença na cultura da lei e no entendimento geral da mesma afecta até Sócrates, que por sua vez, debita decisões, marimbando na adaptação dos portugueses e desprezando quem se põe entre si e a UE...
Despenalização do aborto?Claro.Desde que não seja feita à base de referendos não vinculativos e conversa "esquívoca"(fusão de esquiva com equívoca) com fim na passagem da batata-quente para o cidadão português...
Regulamentação das zonas de consumo de tabaco?-Óbvio, desde que seja feita com base no interesse dos cidadãos e não com base no interesse de empresas, governo e sua imagem.
Leis da adopção...ok, tem de se provar vocação, tem de ser difícil adoptar, mas que tal não ser impossível??E quanto à hipótese de adopção por parte de casais homossexuais, que tal pensar no assunto em termos de várias situações diferentes?Graus de parentesco(se as houver), circunstâncias financeiras, idade da criança, relações afectivas(se já as houver) entre a criança e oa casal candidato, historial da criança...Custa muito pensar na lei como algo que fornece soluções e alternativas à nossa vida em vez de servir para a impor limitações definitivas?Eu acho a necessidade de um casal homossexual adoptar uma criança algo potencialmente estúpido e caprichoso.Quer isso dizer que devo resolver o assunto, proibindo totalmente essa alternativa?Se o fizer é porque estou neste vício legislativo de complicar a vida ao cidadão comum e tentar facilitar a dos juízes(o que por mais que se tente, não se consegue).
RJIES...Reformas?Claro!-Mas não estas e não sem diálogo claro e concrecto sobre o assunto.Gostaria de ter uma palavra antes de serem abertas as portas há hipótese do conceito primordial de Universidade desaparecer...e das únicas coisas que restem sejam a entrega de diplomas(os tão desejados peixes-graúdos que tapam a vista a qualquer outro peixe que se possa pescar numa faculdade) e as mesas de matrecos...
E por fim...
Descriminação positiva?Venha ela.Mas uma lei mal-parida(daí, talvez, o nome de paridade) que parece ter sido concebida enquanto se defecava na companhia da leitura da Maria,(ou de um livro de Paulo Coelho-no caso de prisão de ventre) já dispenso. O nosso querido parlamento condenou o povo português a alimentar-se de lei de aborto ou de abortos de leis(às tantas já nem distingo).
Se fosse só estupidez.Se fossem só daqueles devaneios que ninguém sabe donde vieram.Mas não.São as nossas tentativas de acompanhar o resto do mundo...
No EUA existem directivas para tornar possível uma descriminação feita nas contratações de pessoas para empregos, que beneficia as mulheres e indivíduos de origem não-caucasiana que tenham as mesmas competências que os competidores directos(os homens caucasianos-essa ralé...).Apesar de incorrecto, tem uma dose de realismo, visto que ainda existe muito racismo e sexismo no seio da sociedade americana.E apesar de tudo, é um confronto entre pessoas de mérito equivalente...
Já em Portugal, o que se vê, é que pela qualidade das mais notórias representantes do belo sexo na política portuguesa ,(Odete, Felgueiras, Drago, Pires de Lima...) dir-se-ia que há mulheres a mais na política portuguesa...pensando mais um pouco, também à homens a mais...ora vejamos...há INCOMPETENTES a mais!...que tal mudar isso?Não.Vamos ser modernos.Se calhar é melhor lançar uma lei que deixa tudo na mesma, mas em compensação obriga a obedecer a requesitos que nada têm a ver com mérito, mas com aparência?
Digno de me curvar perante as mulheres portuguesas seria se se tivesse alastrado um movimento pelo país constituído por elas mesmas, rejeitando a tal lei por ser injusta e por não quererem conquistar o seu poleiro por via de favorecimentos injustificados.
Em vez disso, arrisco-me a um dia a passar na rua e ouvir uma mulher dizer ao telefone:"Ha vais-te inscrever na lista, afinal?Obrigado, amiga.Graças a Deus, já posso desistir.É que eles matavam-me se a nossa lista fosse rejeitada, só porque preciso de tempo para tomar conta do meu filho que acabou de nascer..."
Sunday, January 6, 2008
Sobre a lei do Tabaco e o Governo a correr atrás da Europa
A última coisa que apetece a um fumador pachola e contentinho, com quase meio século de cadastro e dois restinhos de pulmão ao seu dispor, é ver convertida em polémica filosófica e motivo de apaixonadas doutrinas a pequenina e mecânica pulsão de puxar por um rolinho de papel, entalá-lo entre os lábios e chegar-lhe um fósforo. Olhando para trás, não tenho o remorso do crime hediondo, premeditado a frio e na minúcia, com o tresloucado objectivo de extinguir os meus contemporâneos e de me apossar das riquezas do mundo, para meu mando e desmando. Não. Vejo mais um puto que foi ao café antes de tempo e que, por entre a curiosidade e a propensão para partilhar as liturgias conviviais, se foi habituando a meter lufadas de calor nas entranhas e a achar que, ao expeli-lo, os argumentos saíam muito mais inteligentes. E, afinal, o Hemingway fazia-o, o Albert Camus também e o Bogart, esse então, era inimaginável sem o cigarro na boca. Eu não via então no tabagismo uma vocação de raça ou tribo, princípio ou credo, confraria ou partido. E o mesmo sucedia com a maioria dos meus amigos, que o curso da vida iria levando a abdicar do cigarro (ou do charuto ou do cachimbo) ao ritmo dos sustos que a saúde lhes foi pregando. Retardatário, eu aguardo ainda o meu, numa qualquer esquina que bem pode ser a próxima. Mas ainda não me apeteceu empenhar as energias - que tudo na vida requer e para tudo na vida fazem falta - na abdicação de um pequeno prazer, mesmo que feito de mero hábito e auto-sugestão.
Sei que é um vício e gosto dele: como a personagem do Wilde, resisto a tudo menos à tentação. Não me imagino, por isto, herói nem mártir. Não me pinto vítima, nem resistente. Enuncio o mais rudimentar dos porque-sins da vida quotidiana, convencido, como sempre estive, de que é nela que a felicidade se joga. E sobre esta matéria, é o que tenho para dizer ao jovem médico que vi na televisão e que, de tão louro, imberbe e feroz no discurso sanitário de apuramento da raça, me fez evocar os netos das experiências do Dr. Mengele. E aos comissários europeus politicamente excedentários, que precisam de mostrar que o seu pelouro existe, para o que se dedicam a infernizar o nosso quotidiano com minúcias em papel timbrado e um puritanismo a que chamam rigor. E também aos deputados que deixaram a lei pendente de regulamentação, sem proclamar, preto no branco, que a mesma condicionava a aplicação do diploma (não porque tal fosse tecnicamente necessário, mas porque, como a experiência ensina e a prática deste início do ano comprova, era politicamente necessário). E ao Governo e todas as instâncias que objectivamente jogam com a falta de regulamentação para levar a incerteza e o medo dos comerciantes a instalar uma situação que não é a que a lei contempla e prevê.
Porque a questão que coloco é muito simples: o legislador tem de assumir a sua lei e as suas consequências. E se a lei suscita dúvidas de interpretação - talvez precisamente por não ter sido regulamentada, nos termos em que foi anunciado - não me interessam nada as interpretações da Direcção-Geral da Saúde ou da ASAE, entidades a que não compete nem uma interpretação autêntica nem a regulamentação da lei. Pelo que os seus facultativos contributos não valem mais do que o mérito técnico que tiverem - tal como as minhas e as de qualquer paisano, fumador ou não. Pois, para além da técnica, o que está aqui em jogo é uma dimensão de liberdade individual - e, dessa, ninguém sabe tanto como o indivíduo que é dela titular.
O inaceitável é a fuga às responsabilidades. É despejar o ónus de uma aplicação maximalista da lei sobre os atarantados donos de pequenos restaurantes que, querendo optar por fumadores ou apetrechar-se para áreas com e sem fumo, têm medo de o fazer segundo a sua própria leitura do diploma e virem depois a perder o investimento realizado. Isto é uma espécie de "por agora, isto é o maximalismo irlandês, mas o brando Portugal já aí vem" (com a regulamentação). Se a lei é a que foi votada, regulamente-se e cumpra-se "como nela se contém". Se é para endurecer, que volte ao Parlamento e dê a cara. Sob as leis de Atenas, não deve haver vida espartana."
Nuno Berderode Santos, jurista
In Jornal de Notícias Domingo, 6 de Janeiro de 2008
Thursday, January 3, 2008
Memories...
Campanha para eleições autárquicas envolveu mais dinheiro do que todas as eleições desde 1976.
Gastos previstos pelos partidos são dez vezes mais altos do que em 2001 .
A campanha para as eleições de domingo foi a mais cara de sempre. Envolveu, aliás, mais dinheiro do que a soma de todas as campanhas feitas desde 1976. O apoio do Estado às máquinas partidárias também atingiu um recorde de 54,6 milhões de euros (quase metade do total), pelo que cada português contribui com 5,5 euros.
Segundo os orçamentos de campanha partidários, estas autárquicas deverão custar 118 milhões de euros. Dez vezes mais que as de 2001 e mais 23% do que o valor dispendido em campanhas desde que há eleições democráticas. A contribuição do Estado - na forma de subvenção paga pelo Parlamento - corresponde a quase metade (46%) do total.
As mudanças introduzidas em 2003 à Lei do Financiamento dos Partidos - em vigor desde Janeiro - ajudam a explicar estes valores. Em pleno "período da tanga", o Parlamento legislou no sentido de permitir aos partidos triplicar as despesas possíveis em campanhas, abrindo a porta, em simultâneo, a que o Estado também multiplicasse por três o apoio concedido.
"Despesa gigantesca"
Para Manuel Meirinho Martins, docente do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, este "gigantismo de despesa" é "incompreensível" face ao estado das contas públicas.
"Numa altura em que se apela ao apertar do cinto, ninguém entende que se gaste tanto e que o Estado pague quase metade", afirma, lamentando que estes fundos sirvam para alimentar o "puro espectáculo" em que se tornaram as campanhas. Prova disso é que, com tanto dinheiro, os partidos até colocaram cartazes em zonas onde sabem bem que não vão chegar ao poder.
A forma como a lei está feita, denuncia o académico, abre caminho à "compra do voto e do poder", impedindo que o debate político seja "mais mobilizador" para o cidadão.
Na prática, explica Meirinho Martins, os partidos - que desde 2000 não podem receber dinheiro de privados para as campanhas - precisam de "conquistar cada vez mais votos" para poderem receber cada vez mais do Estado.
Ao abrigo da lei de 2003, o Estado financia os partidos por duas vias anualmente, entrega-lhes uma subvenção proporcional aos resultados das legislativas (cada voto, quatro euros); depois, liberta um apoio para as campanhas (150% das despesas possíveis, que dependem da dimensão demográfica do concelho) que também é função sobretudo da proporção dos votos.
"As campanhas tornaram-se um negócio para os partidos", denuncia Meirinho, para quem o financiamento partidário é "uma das maiores mentiras políticas em Portugal". Apesar de haver mais investimento público nos partidos e nas campanhas, afirma, o sistema não melhorou. "Há mais informação? Maior participação?", questiona, arriscando uma resposta "Estamos a afectar mais recursos públicos para ter um efeito negativo". O CDS foi o partido que mais se aproveitou das mudanças da lei, estimando gastar agora 50 vezes mais do que em 2001. Já o PS e a CDU destacam-se por preverem gastar "apenas" o quintuplo de há quatro anos.
No "campeonato" dos apoios do Estado, a Esquerda ganha, com o Bloco e a CDU a receberem dos cofres públicos cerca de 70% do que prevêem gastar. À Direita, o PSD conta com apenas 27,4% do total e o CDS/PP com 21,2%.
Também os independentes têm direito a ajuda do Estado. Isaltino Morais recebe 60 mil euros (num total de 223 mil de gastos), cabendo a Valentim Loureiro 140 mil euros (em 335 mil). Ferreira Torres fica de fora, por não ter uma lista candidata em simultâneo à câmara e assembleia municipal. As contas de Fátima Felgueiras não são conhecidas."
in Jornal de Notícias de sexta-feira, 7 de Outubro de 2005
Para ter uma ideia de comparação de valores (não só numéricos, como aparentemente, morais) fui consultar o orçamento de estado consolidado para 2008 e para o ministério da saúde encontrei os seguintes dados que passo a citar:
"...A despesa de funcionamento normal financiada por receitas gerais prevista para o subsector Estado, excluindo o SNS, totaliza 68,8 milhões de euros..."
No quadro da despesa total consolidada é possível verificar também que o financiamento total para "investimentos do plano" corresponde a 43,2 milhões de euros.
Ainda aparecem alguma justificações referentes a acréscimos de alguns milhões de euros em relação à estimativa feita em 2007.Não se preocupem.Para ser grave tinham de competir com os orçamentos das campanhas...118 milhões no total...
Isto para não investigar o dinheiro que foi gasto na realidade.Nomeadamente pelo PS, que aparece com valores sempre estranhamente modestos, comparando com o alarido que consegue fazer nos meio dos outros partidos, que anunciam maiores orçamentos.O que só pode ser explicado pela protecção existente por reprografias e empresas que vendem serviços a preço da chuva.
Wednesday, January 2, 2008
É preciso fazer alguma coisa!
É impossível haver um debate assertivo entre pessoas que no caso de não estarem preocupadas em não se prejudicar umas às outras, provocam cisões...
Para que os partidos continuem unidos, os debates têm de ser algo como "o nosso partido é fixe"-"não é nada, é tótil"-"vá meninos, não se zanguem"...
Chega deste teatro!
É preciso fazer sombra aos partidos!
É preciso descredibilizar os partidos!
É preciso fazer as ideias valerem mais que eles!
Chamar informáticos, físicos, biólogos, filósofos...ao poder!
É preciso acabar com a destino fatal de se precisar de pertencer a um partido!
É preciso acabar com os clubes partidários!
Com as tradições!
Com os historiais partidários!
Com os orgulhos partidários!
Precisamos recuperar o valor do ser humano!Dos indivíduos!
Aqueles que se fazem valer sozinhos numa assembleia!
Que são aplaudidos, não pelo seu partido, mas por qualquer pessoa no parlamento!
É preciso acabar com a elite treinada para lidar com o "povo"!
Chega de desculpas para a elite!Chega de desculpas para o povo!
Acabaram-se os homens para queimar!Todos somos responsáveis!Quem não achar que é, que esteja calado!
É preciso parar o investimento que se faz nos partidos!
É preciso acabar com a didatura do marketing partidário!
É preciso acabar com a barreira dos partidos!
Com o cerco dos partidos!
Com o vício dos partidos!
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E foi mais ou menos assim...depois acordei e fui estudar para os exames.
Tuesday, December 18, 2007
Um abraço a Hernâni Carvalho
Faltam homens assim em Portugal...
"Aqueles miúdos não dão votos
por Hernâni Carvalho
Os jovens internados nos centro educativos não são prioritários porque não dão votos.
Os centros educativos têm um nome sonante e é tudo. Não educam, não preparam, apenas adiam. Maioria das vezes, os jovens ali internados chegam à maioridade e são detidos.
Chegados aos 18 anos, saem das pautas dos miseráveis resultados do Instituto de Reinserção Social (IRS) e entram nas prisões.
Os centros deveriam educar, reinserir e preparar para a cidadania. É uma lenga lenga que está na Lei e que é usada em inúmeros, mas inúteis, seminários pagos pelo contribuinte, que ocorrem pomposamente pelo país. São seminários dados por e para funcionários públicos. Ocorrem em horário de expediente, são pagos por todos nós, mas têm resultados nulos.
Os menores que cometem crimes são julgados pelos tribunais de Família e Menores que, em função da gravidade do delito, da personalidade do jovem delinquente e do contexto em que o crime é praticado, decretam uma medida de internamento num centro educativo.
Por cada rapaz internado num centro educativo há dois funcionários. Isto nos números. Porque no terreno há ainda menos gente. O IRS terá funcionários suficientes, mas muito mal distribuidos. O escândalo é tal que ficaria muito mais barato interná-los em qualquer colégio europeu de primeira categoria.
É só fazer contas. Cada jovem internado custa em média 6000 euros ao Estado Português. Se fosse internado em Eaton (um dos mais caros e elegantes colégios britânicos) custaria 4000 euros e saía de lá a tocar piano, a falar francês, a saber esgrima e a andar a cavalo. Os nossos saem dos centros educativos para as prisões.
Custa mas é verdade! Há excepções. Claro. Mal de nós. Mas a regra é esta. É só consultar os números. Porque é que isto não muda?
Porque os jovens internados nos centro educativos não são prioritários. Não têm visibilidade, a maioria deles são de origem humilde, blá blá blá... Diga-se o que se disser, a verdade é outra:
Aqueles miúdos não dão votos!"
Vejam aqui outro texto de Hernâni Carvalho
Wednesday, December 12, 2007
Unidos na perdição...
Em suma, sempre à porrada até ao golpe de estado de 1926 que até 1934 se tratou de "limpar" outros milhares de vidas de revolucionários, anarquistas e sindicalistas....e cá estamos, bem ao estilo português...como sair, agora, de 40 anos de estagnação e pausa nas guerras e na instabilidade(pausa essa obtida através de medo e hipocrisia governamental)?
Mais um golpe de estado!!Que é para baralhar o esquema ainda mais...
Não gostamos de didatura pois não?Então siga mudar tudo!!!
Sorte tiveram os espanhóis que, como é habitual, seguiram os nosso passos e tomaram decisões baseados nas nossas iniciativas.Portanto, viram a !"#$% que isto deu e decidiram ser mais prudentes na renovação da constituição e na instauração do novo regime...
Nos últimos 200 anos não tivemos um político que realmente resolvesse uma situação...os espanhóis tiveram o Juan Carlos...bastou.
Tivémos o Marquês de Pombal, o qual não necessita de nenhuma lista de méritos.D.Maria( que era louca e tinha pesadelos com távoras queimados) destituiu-o e com isto terminou a nossa era.Temos o início da nossa "viradeira"...
Hoje, continuamos a viver num país onde o talento jorra por todos os cantos, potencialidades anunciam-se, nomes revelam-se no estrangeiro, valor...confirma-se...no entanto não mudámos ainda o facto de sermos um país que ganhou a tradição de fazer mal a si próprio.Porque quando falo nestes tais últimos duzentos anos, que se iniciam com as invasões francesas, não devemos esquecer que foi um português, o filho da maluca, D.João VI(uma regência-emenda quase pior que um reinado-soneto), que deixou este país ao deus-dará...depois coube ao povo ficar rancoroso com a anterior debandada da família real e o seu comportamento no Brasil.Surgem miguelistas pelo povo adentro...Porque foi aquele parvo do D.Pedro tirar-nos o Brasil?-deviam pensar-e esses burgueses do Porto, sempre com francesices, já não nos chega expulsar os franceses daqui, agora querem uma constituição liberal...querem é que o Estado não lhes lixe os negócios...
E vamos então ao confronto:
Um(D.Miguel) assumia-se conservador e absolutista e outro fazia-se liberalista e libertador da tirania(D.Pedro) .Um fazia-se vingador do povo ferido e outro impressionava os burgueses, os intelectuais e os estrangeiros.Um mandava uma constituição justa e democratizante pela sanita abaixo e outro invadia Portugal para o tornar palco de sangria durante 6 anos.
Na minha opinião...ambos déspotas de primeira apanha...
Fomos nós que fizémos isto a nós próprios.É a nós todos que nos devemos culpar e a nós que nos devemos entender.
Nós, este povo com pavor da autoridade, individualista e ao mesmo tempo universal.Que cria ideias, jorra iniciativas e depois não desfruta delas ou não as leva até ao fim.Porque aparece sempre mais um que tem outra opinião e a democracia transforma-se numa competição de talentos potenciais de todos os tipos, excepto aqueles que interessam ao conjunto de pessoas que da acção social e política dependem...Porquê?Porquê este aparente masoquismo?
Num país tão pequeno...tanta divergência quando é preciso avançar.Mas ao mesmo tempo, tanta concordância quando alguém propõe parar ou adiar?
A forma como as elites e o jet-set se venderam e "nos" venderam ao estrangeiro.A forma como aceitaram influências culturais do estrangeiro, a forma como a iliteracia se manteve-E como ela poderia explicar tão bem tudo isto que se passou...mas isso não basta, continuo:
Porquê?
Talvez, numa visão mais sádica, não se tenha morto gente suficiente ao longo destes dois séculos.Talvez com uma guerra como a querra civil americana ficássemos tão traumatizados que só parávamos de trabalhar quando isto atinasse...
Ou então, se calhar, o povo português, devido ao facto acima mencionado, o de ser anti-autoridade, simplesmente acaba por também não ser um povo muito solidário e cooperativo no que toca a iniciativas políticas.No meio de toda a sua generosidade criativa o português é também egoísta, egocêntrico e concentrado em olhar para o seu umbigo e para o seu futuro frustrado em vez de querer ter um plano geral do país.Dentro de toda a tradição que vale a pena manter, há partes que seria bom tentar destruir ou perder o orgulho em possuir, que é o exemplo desta xico-espertice, que afecta os portugueses em geral, de pensar na política em termos de "a mim é que eles não me enganam" e procurar uma união para além da futebolística.Será muito reaccionário propor que se pense neste país em vez de em si próprio, de vez em quando?
Eu não peço sequer um crescimento económico que nos ponha no topo da UE.Eu não peço um nível de vida acima da média da UE.Não peço sequer nada ao governo.Apenas peço que deixemos de ser este povo desligado.Não é preciso que se cante o hino nacional em cada esquina.É preciso apenas que voltemos a ser um País.
Monday, November 5, 2007
Viagem pelo reino dos objectivos
O problema começa com o facto de se supor que a vida precisa de ter um sentido.Esta suposta necessidade é uma arma poderosíssima para quem precisa de atenção de outros no seio da sociedade...
"Venham, venham, eu tenho a solução para obtermos a felicidade, esse objectivo que se arranjou pra nos mantermos ocupados e orientados.Essa motivação que nos faz sentir seguros de que existem caminhos certos e errados, escolhas certas e erradas.E que devemos pensar nelas."Pobres coitados, esses que se dedicam a "preocupar" com a felicidade dos outros.Ainda não se aperceberam(ou talvez percebam...) que estão a fugir da mesma questão de que julgam tratar, superficial e protocoladamente...
Se começassem a pensar nessa mesma questão-a felicidade, a satisfação, a realização-eles próprios seriam atingidos pela infinidade de respostas possíveis que, pela sua vastidão, os deixaria perdidos...perdidos, mas conscientes, conscientes de que afinal, não existem tão claramente esses caminhos e respostas certas.Que como, o postador anterior disse e bem, a felicidade de uns pode ser a miséria de outros.Montaigne acompanha-o nessa ideia: "o lucro de um é o prejuízo de outro"
A ideia de uma sociedade solidária no meio de um mercado livre e competitivo é encantadora, mas óbviamente, um absurdo.Daí, que ainda faça algum sentido haver uma distinção clara entre a esquerda e a direita políticas, embora eu esteja a ficar com saudades de ouvir essa coisa:a esquerda(ou então, sou eu que ando surdo).
Em suma, andamos ás turras, aos encontrões em busca de respostas para o correcto, o certo, o ideal, aquilo que nos levará à satisfação, à felicidade.
Mas como também Montaigne dizia:"sei do que fujo, mas não sei o que procuro"-também a busca da felicidade é mais uma fuga do que uma perseguição-o que nós queremos é não ser infelizes...não deixa de ser nobre esse objectivo...mas no entanto e a meu ver, um pouco medíocre...
Será que se arranja algo melhor?Talvez.
Parecemos estar condenados a viver amarrados à necessidade de sentido.Olhamos à nossa volta, aprendemos o que é normal e sabido:comer, dormir e eventualmente morrer, mas esperamos encontrar algo mais(se calhar, nem todos), buscamos referências, buscamos lógica, coerência, buscamos segurança...encontramos palavras...Felicidade...
Ninguém sabe o significado, ao certo.O dicionário talvez também não ajude.Mas é essa, a armadilha e a salvação, simultaneamente.A existência de um sentido sem sentido.Uma solução sem aplicação.Um conceito aberto ou mais negativamente falando, vazio.Uma palavra que nos faz pensar em tudo menos no que ela significa.Pois como nada significa, tudo pode significar.Por isso, fugimos de onde ela parece não estar, achando que existe um sítio onde ela estará.Nessa movimentação esquecemo-nos, talvez, de procurar o que temos, o que nos deixaria parados.
Mas parados não podemos ficar...
Que solução?
Fazer da felicidade uma arte e uma criação nossa.Que não depende de uns serem mais ou menos que outros.Fazer da felicidade algo que não é mensurável.Algo deliberadamente sem sentido e sem significado.Se assim for, quem me pode encurralar nas malhas da dialética, da moral e das leis?
Esquecer a fuga defensiva do todo e abraçar a busca agressiva do nada.Inverter a vítima, inverter o culpado.Sermos nós os predadores(sonhadores) da felicidade e não, as presas(realistas e defensivas) do seu inverso.Pois defendermo-nos apenas nos promete não sermos infelizes, mas não nos promete a felicidade.
Busquemos a vontade...
Querer algo que não existe...implica, pelo menos, querer algo...
Tuesday, October 9, 2007
A Felicidade de Uns
Na Constituição dos EUA, existe uma emenda que deu origem a uma resolução por parte do Supremo Tribunal de Justiça, que determinava aos cidadãos americanos o "direito á procura da felicidade". Penso que este e outros princípios da democracia tocam nos nossos "corações" e nos enternecem pela sua "justiça". Nós sentimos que é justo vivermos numa sociedade em que temos o direito a ser felizes.
Surge neste momento, na minha opinião um conjunto de pessoas, e personalidades pública e políticas que advoga mais com o coração do que com a cabeça. Escolhendo os temas e pontos de vista em que acredita, sentindo e não pensando. Ou pior, escolhe os pontos de vista que sabe que nos tocam nos nossos "corações" de forma a ter um maior sucesso junto de nós.
Temos de ter em conta algo que comecei a dizer no título mas não acabei:
A felicidade de uns é a miséria de outros.
A verdade é que na Constituição Americana não diz, que os seus cidadão têm o direito á felicidade. Diz que têm o direito a persegui-la. Pois na realidade não existe o conceito de felicidade absoluta num estado livre.
Aqui reside o problema: a felicidade absoluta é atingível apenas quando se define aquilo que é felicidade. Criando uma norma, chamada "felicidade". E assim poder-se-ía dar o direito dessa "felicidade" ás pessoas. Mas desta forma não somos nós que definimos a "felicidade", é a norma. E assim, o estado pode até ser um estado de direitos, mas não é um estado livre. Pois não somos livres de fazer tudo excepto aquilo que interfere com os direitos dos outros, mas sim de fazer tudo aquilo que está dentro dos nossos direitos. Que são previamente definidos.
A minha felicidade, se definida por mim, pode até ser a infelicidade de alguem. Assim demonstro o teorema acima enunciado. A felicidade absoluta não existe num estado que é livre.
Este problema é apenas uma aceitação da realidade que é impossível todos nos darmos bem, e sermos felizes simultânemente, num estado livre, onde os choques das nossas liberdades são inevitáveis. Mesmo que aceitar isto quebre os nossos "corações".
Portanto o argumentar com o coração, só em relação a sermos livres. Esse é o meu axioma. Livres excepto quando interferimos com as liberdades dos outros. Livre de me matar, de cometer todos os erros que se consigam imaginar, dado serem erros para todos, menos para mim...
Só assim seremos livres, e o meu coração, apesar de não estar inteiro, está melhor do que se estivesse acorrentado.
Saturday, September 1, 2007
Adeus, atracção fatal?
Assim como também devo demonstrar respeito pelos homens que aceitaram ser educadores de infância, cabeleireiros ou que mais se atribua ás mulheres , sem contudo deixarem de ser masculinos.Sem dar descrédito aos excluídos destes conjuntos, interessa-me agora falar sobre os que referi.
Para já, o que quero eu dizer com Feminino ou Masculino?Não faço a mínima ideia.Os critérios em que me baseio para fazer esta distinção não são biológicos, nem sociais nem psicológicos.São apenas empíricos.Não chamo a uma mulher masculina, se ela for comando.Chamo-lhe masculina, se a vir e depois de tal, ela me parecer ter uma postura masculina.Análogamente, o mesmo acontece com as que exercerem profissões "tipicamente femininas", cujas não considero necessáriamente femininas, só por isso.
Veio-me este assunto à baila, por ter verificado que os vários tipos de reprodução alternativos já estão muito mais generalizados do que eu imaginava.Assim como as correntes de pensamento que dizem que o sexo deve estar separado da sua componente reprodutiva e assim interpretado independentemente dessa função.É óbvio que os cientistas que defendem esta visão não dizem que a necessidade sexual está primariamente desligada da reprodução.Dizem antes, que uma vez que temos inúmeros recursos à nossa disposição para nos facilitarem a vida, deveríamos aproveitar para, com ajuda de comprimidos, fertilizações in-vitro e clonagem, controlar de tal modo a nossa vida, que daqui a alguns anos não precisaríamos de nos preocupar com a reprodução da nossa espécie, podendo ter sexo, completamente despreocupados e talvez até reduzindo o risco de doenças e bebés infectados.As mulheres não precisariam de engravidar nem os homens de ter espermatozóides férteis.
Como se sabe, nas civilizações mais abastadas, tanto os homens como as mulheres estão cada vez mais inférteis.Uma possível explicação que arranjo é a redução da resposta da glândula da hipófise à necessidade de produção de hormonas masculinas e femininas, devido às condições de conforto muito superiores às vividas nos séculos passados, dando a impressão ao cérebro de uma necessidade de procriação reduzida, pois os riscos de morte são menores e a esperança média de vida maior.
Existe até um cientista italiano que diz que a humanidade tende a tornar-se bissexual, devido a essa separação entre a actividade sexual e reprodução, fazendo-nos isso, caminhar para uma igual probabilidade de escolher um parceiro do mesmo sexo ou do oposto.
Será que aquela atracção que mais de noventa por cento da humanidade sentia, potenciada pelas feromonas largadas pelo sexo oposto, está a caminhar para o seu fim?
Tenho dúvidas.É por isso que falo dessas mulheres que emanam feminilidade ou homens que não perdem a sua masculinidade.Mesmo que não seja a via mais eficaz para a nossa sobrevivência, vai ser preciso mais do que estudos de probabilidades e métodos de reprodução mais saudáveis, para deitar por terra milhões de anos de histórias representadas no teatro do cortejamento.
Sunday, July 8, 2007
Mediocridade e Poder
É absurdo o facto de muita gente depositar esperança em políticos.Como se estivesse nas mãos deles a felicidade de cada um de nós.No fundo está-se a depositar esperança em quem se dedicou mais tempo a conquistar poder e estatuto.Na maior das probabilidades, são pessoas que, em vez de se desenvolverem em áreas de conhecimento específicas, ganhando depois a consciência da sua possibilidade de contribuir para trabalho estatal, passaram logo para a disputa de poder oligárquico ou para uma área que nitidamente lhes coloca perto das questões políticas (como seja, curso de direito, jornalismo, relações internacionais, etc) e com experiência e paciência suficientes para discutir com o intuito de levar a melhor, independentemente da validade e qualidade dos seus argumentos.
Tudo isto são características que não interessam a quem está dependente das decisões das pessoas que as possuem( a essas características) mas interessa ter a quem se move nesses meios(do poder político).
Parecem existir dois discursos paralelos na democracia.Um cidadão despudorado manifesta a sua reivindicação de uma vida melhor à classe política e a classe política reivindica a atenção dos cidadãos para com os seus discursos inúteis e sem conteúdo concrecto, que têm a função de obter uma determinada impressão e reacção por parte do público.Mas a única consequência inevitável desses discursos é o início de opiniões e bitaites por parte desse público que, como não lhe é dada quase nenhuma informação inequívoca, usa tudo aquilo que tem para construir pontos de vista que são trocados até ao infinito e que cada vez mais contribuem para que ninguém esteja realmente informado sobre o que se passa e quem é, de facto, o político que defende a melhor medida.
Isto deve-se, também,ao facto de o discurso político não ser um discurso informativo, mas um discurso publicitário.Onde, acidentalmente, aparecem algumas informações soltas, mas que correm o risco de se tornarem obstáculos ao objectivo do orador.Porque, para alguém que precisa de ter razão, independemente da realidade dos factos, essa realidade é um obstáculo ou pelo menos um fardo.O discurso de alguém com esta postura equivale ao de um advogado contratado por si próprio onde o juíz não existe, não sabe as regras ou não tem autoridade.O único limite do discurso político é o tempo(e às vezes nem esse).O tempo de antena de certos políticos já foi causa de catástrofes ao longo da História.
Uma forma de contribuir para esta tendência é a existência de juventudes partidárias que servem para "encarreirar os putos" que para lá aparecem e se dedicam a conhecer os "meandros da política", a arranjar contactos e popularidade.A construir um estatuto abstracto e sem fundamentos que não sejam a experiência de rodagem em comissões e reuniões.É só quererem e será uma questão de tempo até muita gente os conhecer, uma vez que não conseguem estar calados e os partidos os incentivam a ter essa auto-confiança interminável no que dizem.
Isto constitui o ensaio geral para quando tiverem cargos de poder que conseguem alcançar devido aos primeiros "contactos".O país está sempre dependente da boa-vontade e critério desses contactos.Dessa escolinha de contactos e politiquinhos.
Mas estas escolinhas ensinam muita coisa, isso não se pode negar.Ensinam a "lábia", a rapidez de vocalização inócua e respostas imediatas a perguntas inesperadas.A capacidade de falar mais, de ter a última palavra, de vencer no campeonato das palavras.De não se deixar por vencido.De ter o seu ego como combustível.De se auto-despersonalizar, de deixar de ser uma pessoa em detrimento das suas funções e objectivos.De se mediocrizar.
A necessidade de poder advém , quanto a mim, da falta de algo, de insegurança pessoal.É a necessidade de uma compensação narcísica (repare-se que é raro a beleza ser uma característica de um político.E quando é, a arrogância é interminável).Parece-me que a busca de poder é, na verdade, a sensação da falta dele.
Quererei eu dizer com isto que todos os políticos tiveram como principal impulso esta auto-satisfação, mesmo que mais tarde não se tenham tornado interesseiros?Não.
Quererei dizer que se devia descredibilizar o conceito de poder?Também não.
A minhas setas vão apenas na direcção daqueles que lidam com o conceito de poder como se de um valor absoluto se tratasse.Àqueles que se dedicaram a avançar para os terrenos do poder e decisão sobre outros sem terem qualquer preocupação com o que fazer com isso. Àqueles que transportam ideologias que não passam de pretextos.Àqueles que não se preocuparam em saber o que queriam fazer da vida, desde que resultasse em poder.Que não se importam de ser medíocres.Que se desperdiçam a si próprios por algo que, isoladamente, não tem qualquer valor ou significado, o poder.
Porque, infelizmente, o que acaba por acontecer é que, em geral, quem se dedica(genuinamente) a melhor pensar e compreender o mundo e contribuir para o conhecimento(físicos, químicos, biólogos, investigadores, filósofos, etc) esquece-se dessa busca de poder e informação detalhada dos mecanismos políticos.E quem os conhece melhor(a esses mecanismos) foi quem apenas a isso se dedicou a sério, tendo, quanto ao resto do mundo, desenvolvido uma visão superficial.
Estamos presos a este ciclo de falta de rigor técnico dos eleitores e falta de raciocínio e conteúdo nos políticos.Nem os cidadãos sabem fazer perguntas nem os políticos sabem dar respostas.
O teatro político tende a tornar-se numa manta de palavras que cobre os factos que continuam a passar-se na mesma e que nem os políticos nem os restantes cidadãos conseguem alterar.A não ser, no que toca a uma certa intuição na hora das eleições e no que toca à procura do "timing" por parte dos políticos.Tanto o aborto, como o aeroporto ou a reforma das universidades são questões que se resumem em quanto tempo se consegue adiar um acontecimento neste país.Tudo se resume a uma gerência de ideias já tidas.Tudo se resume a gerência de poder.
Importar-me-ia eu de ter poder?Claro que não!Todos os dias busco o poder sobre mim mesmo e sobre o meu futuro e tento descobrir, com risco de falhar, onde estou a ser dominado e tento, também, combater esse facto.Claro que busco esse conceito.
Importar-me-ia eu de ter poder sobre outros, por princípio?Também não.À partida, não posso saber se seria bom ou mau nesse papel.
A questão é se recusaria buscar um papel de poder, sem antes querer saber qual a sua aplicação-Isso sim, recusaria.
Baseado nas palavras de Francis Bacon:"Knowledge is Power"
O poder não leva ao conhecimento mas o conhecimento pode levar ao poder.
CONHECIMENTO ANTES DO PODER.
Vejam aqui um estudo psicanalista sobre este tema
Friday, July 6, 2007
O circo chegou a Lisboa
Vem aí o circo.Há cartazes.Há palhaços.Há malabaristas.Há trocas de galhardetes.Há diversão.Há tempo e dinheiro perdido.Há espectáculo!!!
Ia a passar na calçada de carrixe e comecei a ver a quantidade de cartazes respectivos às autárquicas e parecia que estava no meio de uma revista de bd em que os bonecos se insultavam todos uns aos outros.Parecia que cada cartaz que eu lia, já estava a responder ao insulto do cartaz anterior(sim, eu li alguns, processem-me).
O melhor, se calhar, é juntarmo-nos à festa, como fazem os do Gato Fedorento e não desperdiçarmos a oportunidade que este país nos dá de nos divertirmos, que isto, o mal, é levarmos a vida a sério...
Mesmo assim gostava de partilhar este pensamento:
Síndrome da responsabilidade política:Quem são as únicas pessoas que não precisam de saber fazer nada pelo país?As que mandam fazer.
E uma curiosidade:
Etimológicamente, as palavras "eleição" e "inteligência" têm raízes parecidas, uma vez que "eleição" quer dizer "escolha" e inteligência diz respeito á capacidade de "escolher" entre várias opções.Curioso...
Wednesday, July 4, 2007
Aconteceu na América
Este é um pedido de admissão verídico, submetido por um
rapaz de 17 anos a um restaurante da cadeia McDonalds
nos Estados Unidos. O candidato foi aceite devido à sua
originalidade, honestidade e bom humor…
Nome: Greg Bulmash
Sexo: Ainda não. Continuo à espera da pessoa certa!
Posição desejada: Presidente. Caso esteja preenchida,
poderá ser a que estiver disponível.
Salário desejado: O mesmo de Micheal Ovitz (o gestor
mais bem pago do mundo. Caso não esteja em condições de
pagar o montante desejado, agradeço que façam uma
proposta irrecusável.
Educação: Muita (pelo menos a minha Mãe esforçou-se).
Ultimo Emprego: Alvo da hostilidade de um gestor
intermédio.
Ultimo Salário: Muito menos do que aquele que eu
merecia.
Feitos Notáveis: Desvio de canetas e de blocos post-it.
Razões pelas quais saiu: Estava farto.
Horário Pretendido: De preferência das 13 às 15h, às 2as
4 as e 5 as.
Tem competências especiais?: Sim, mas são mais indicadas
para ambientes mais íntimos.
Podemos contactar a sua actual Entidade Patronal?: Se a
tivesse estaria a preencher este bendito formulário?
Tem automóvel? Que funcione, não.
Recebeu algum prémio ou distinção?: Só se ganhar a do
candidato mais original da McDonalds.
Fuma? Só nos intervalos e às escondidas!
O gostaria de fazer nos próximos 5 anos?: Viver nas
Bahamas com uma top-model
Jura que todas as suas declarações correspondem à
verdade? Absolutamente.
Assinatura (Sign): Carneiro