Wednesday, December 12, 2007
Unidos na perdição...
Em suma, sempre à porrada até ao golpe de estado de 1926 que até 1934 se tratou de "limpar" outros milhares de vidas de revolucionários, anarquistas e sindicalistas....e cá estamos, bem ao estilo português...como sair, agora, de 40 anos de estagnação e pausa nas guerras e na instabilidade(pausa essa obtida através de medo e hipocrisia governamental)?
Mais um golpe de estado!!Que é para baralhar o esquema ainda mais...
Não gostamos de didatura pois não?Então siga mudar tudo!!!
Sorte tiveram os espanhóis que, como é habitual, seguiram os nosso passos e tomaram decisões baseados nas nossas iniciativas.Portanto, viram a !"#$% que isto deu e decidiram ser mais prudentes na renovação da constituição e na instauração do novo regime...
Nos últimos 200 anos não tivemos um político que realmente resolvesse uma situação...os espanhóis tiveram o Juan Carlos...bastou.
Tivémos o Marquês de Pombal, o qual não necessita de nenhuma lista de méritos.D.Maria( que era louca e tinha pesadelos com távoras queimados) destituiu-o e com isto terminou a nossa era.Temos o início da nossa "viradeira"...
Hoje, continuamos a viver num país onde o talento jorra por todos os cantos, potencialidades anunciam-se, nomes revelam-se no estrangeiro, valor...confirma-se...no entanto não mudámos ainda o facto de sermos um país que ganhou a tradição de fazer mal a si próprio.Porque quando falo nestes tais últimos duzentos anos, que se iniciam com as invasões francesas, não devemos esquecer que foi um português, o filho da maluca, D.João VI(uma regência-emenda quase pior que um reinado-soneto), que deixou este país ao deus-dará...depois coube ao povo ficar rancoroso com a anterior debandada da família real e o seu comportamento no Brasil.Surgem miguelistas pelo povo adentro...Porque foi aquele parvo do D.Pedro tirar-nos o Brasil?-deviam pensar-e esses burgueses do Porto, sempre com francesices, já não nos chega expulsar os franceses daqui, agora querem uma constituição liberal...querem é que o Estado não lhes lixe os negócios...
E vamos então ao confronto:
Um(D.Miguel) assumia-se conservador e absolutista e outro fazia-se liberalista e libertador da tirania(D.Pedro) .Um fazia-se vingador do povo ferido e outro impressionava os burgueses, os intelectuais e os estrangeiros.Um mandava uma constituição justa e democratizante pela sanita abaixo e outro invadia Portugal para o tornar palco de sangria durante 6 anos.
Na minha opinião...ambos déspotas de primeira apanha...
Fomos nós que fizémos isto a nós próprios.É a nós todos que nos devemos culpar e a nós que nos devemos entender.
Nós, este povo com pavor da autoridade, individualista e ao mesmo tempo universal.Que cria ideias, jorra iniciativas e depois não desfruta delas ou não as leva até ao fim.Porque aparece sempre mais um que tem outra opinião e a democracia transforma-se numa competição de talentos potenciais de todos os tipos, excepto aqueles que interessam ao conjunto de pessoas que da acção social e política dependem...Porquê?Porquê este aparente masoquismo?
Num país tão pequeno...tanta divergência quando é preciso avançar.Mas ao mesmo tempo, tanta concordância quando alguém propõe parar ou adiar?
A forma como as elites e o jet-set se venderam e "nos" venderam ao estrangeiro.A forma como aceitaram influências culturais do estrangeiro, a forma como a iliteracia se manteve-E como ela poderia explicar tão bem tudo isto que se passou...mas isso não basta, continuo:
Porquê?
Talvez, numa visão mais sádica, não se tenha morto gente suficiente ao longo destes dois séculos.Talvez com uma guerra como a querra civil americana ficássemos tão traumatizados que só parávamos de trabalhar quando isto atinasse...
Ou então, se calhar, o povo português, devido ao facto acima mencionado, o de ser anti-autoridade, simplesmente acaba por também não ser um povo muito solidário e cooperativo no que toca a iniciativas políticas.No meio de toda a sua generosidade criativa o português é também egoísta, egocêntrico e concentrado em olhar para o seu umbigo e para o seu futuro frustrado em vez de querer ter um plano geral do país.Dentro de toda a tradição que vale a pena manter, há partes que seria bom tentar destruir ou perder o orgulho em possuir, que é o exemplo desta xico-espertice, que afecta os portugueses em geral, de pensar na política em termos de "a mim é que eles não me enganam" e procurar uma união para além da futebolística.Será muito reaccionário propor que se pense neste país em vez de em si próprio, de vez em quando?
Eu não peço sequer um crescimento económico que nos ponha no topo da UE.Eu não peço um nível de vida acima da média da UE.Não peço sequer nada ao governo.Apenas peço que deixemos de ser este povo desligado.Não é preciso que se cante o hino nacional em cada esquina.É preciso apenas que voltemos a ser um País.
Monday, November 5, 2007
Viagem pelo reino dos objectivos
O problema começa com o facto de se supor que a vida precisa de ter um sentido.Esta suposta necessidade é uma arma poderosíssima para quem precisa de atenção de outros no seio da sociedade...
"Venham, venham, eu tenho a solução para obtermos a felicidade, esse objectivo que se arranjou pra nos mantermos ocupados e orientados.Essa motivação que nos faz sentir seguros de que existem caminhos certos e errados, escolhas certas e erradas.E que devemos pensar nelas."Pobres coitados, esses que se dedicam a "preocupar" com a felicidade dos outros.Ainda não se aperceberam(ou talvez percebam...) que estão a fugir da mesma questão de que julgam tratar, superficial e protocoladamente...
Se começassem a pensar nessa mesma questão-a felicidade, a satisfação, a realização-eles próprios seriam atingidos pela infinidade de respostas possíveis que, pela sua vastidão, os deixaria perdidos...perdidos, mas conscientes, conscientes de que afinal, não existem tão claramente esses caminhos e respostas certas.Que como, o postador anterior disse e bem, a felicidade de uns pode ser a miséria de outros.Montaigne acompanha-o nessa ideia: "o lucro de um é o prejuízo de outro"
A ideia de uma sociedade solidária no meio de um mercado livre e competitivo é encantadora, mas óbviamente, um absurdo.Daí, que ainda faça algum sentido haver uma distinção clara entre a esquerda e a direita políticas, embora eu esteja a ficar com saudades de ouvir essa coisa:a esquerda(ou então, sou eu que ando surdo).
Em suma, andamos ás turras, aos encontrões em busca de respostas para o correcto, o certo, o ideal, aquilo que nos levará à satisfação, à felicidade.
Mas como também Montaigne dizia:"sei do que fujo, mas não sei o que procuro"-também a busca da felicidade é mais uma fuga do que uma perseguição-o que nós queremos é não ser infelizes...não deixa de ser nobre esse objectivo...mas no entanto e a meu ver, um pouco medíocre...
Será que se arranja algo melhor?Talvez.
Parecemos estar condenados a viver amarrados à necessidade de sentido.Olhamos à nossa volta, aprendemos o que é normal e sabido:comer, dormir e eventualmente morrer, mas esperamos encontrar algo mais(se calhar, nem todos), buscamos referências, buscamos lógica, coerência, buscamos segurança...encontramos palavras...Felicidade...
Ninguém sabe o significado, ao certo.O dicionário talvez também não ajude.Mas é essa, a armadilha e a salvação, simultaneamente.A existência de um sentido sem sentido.Uma solução sem aplicação.Um conceito aberto ou mais negativamente falando, vazio.Uma palavra que nos faz pensar em tudo menos no que ela significa.Pois como nada significa, tudo pode significar.Por isso, fugimos de onde ela parece não estar, achando que existe um sítio onde ela estará.Nessa movimentação esquecemo-nos, talvez, de procurar o que temos, o que nos deixaria parados.
Mas parados não podemos ficar...
Que solução?
Fazer da felicidade uma arte e uma criação nossa.Que não depende de uns serem mais ou menos que outros.Fazer da felicidade algo que não é mensurável.Algo deliberadamente sem sentido e sem significado.Se assim for, quem me pode encurralar nas malhas da dialética, da moral e das leis?
Esquecer a fuga defensiva do todo e abraçar a busca agressiva do nada.Inverter a vítima, inverter o culpado.Sermos nós os predadores(sonhadores) da felicidade e não, as presas(realistas e defensivas) do seu inverso.Pois defendermo-nos apenas nos promete não sermos infelizes, mas não nos promete a felicidade.
Busquemos a vontade...
Querer algo que não existe...implica, pelo menos, querer algo...
Tuesday, October 9, 2007
A Felicidade de Uns
Na Constituição dos EUA, existe uma emenda que deu origem a uma resolução por parte do Supremo Tribunal de Justiça, que determinava aos cidadãos americanos o "direito á procura da felicidade". Penso que este e outros princípios da democracia tocam nos nossos "corações" e nos enternecem pela sua "justiça". Nós sentimos que é justo vivermos numa sociedade em que temos o direito a ser felizes.
Surge neste momento, na minha opinião um conjunto de pessoas, e personalidades pública e políticas que advoga mais com o coração do que com a cabeça. Escolhendo os temas e pontos de vista em que acredita, sentindo e não pensando. Ou pior, escolhe os pontos de vista que sabe que nos tocam nos nossos "corações" de forma a ter um maior sucesso junto de nós.
Temos de ter em conta algo que comecei a dizer no título mas não acabei:
A felicidade de uns é a miséria de outros.
A verdade é que na Constituição Americana não diz, que os seus cidadão têm o direito á felicidade. Diz que têm o direito a persegui-la. Pois na realidade não existe o conceito de felicidade absoluta num estado livre.
Aqui reside o problema: a felicidade absoluta é atingível apenas quando se define aquilo que é felicidade. Criando uma norma, chamada "felicidade". E assim poder-se-ía dar o direito dessa "felicidade" ás pessoas. Mas desta forma não somos nós que definimos a "felicidade", é a norma. E assim, o estado pode até ser um estado de direitos, mas não é um estado livre. Pois não somos livres de fazer tudo excepto aquilo que interfere com os direitos dos outros, mas sim de fazer tudo aquilo que está dentro dos nossos direitos. Que são previamente definidos.
A minha felicidade, se definida por mim, pode até ser a infelicidade de alguem. Assim demonstro o teorema acima enunciado. A felicidade absoluta não existe num estado que é livre.
Este problema é apenas uma aceitação da realidade que é impossível todos nos darmos bem, e sermos felizes simultânemente, num estado livre, onde os choques das nossas liberdades são inevitáveis. Mesmo que aceitar isto quebre os nossos "corações".
Portanto o argumentar com o coração, só em relação a sermos livres. Esse é o meu axioma. Livres excepto quando interferimos com as liberdades dos outros. Livre de me matar, de cometer todos os erros que se consigam imaginar, dado serem erros para todos, menos para mim...
Só assim seremos livres, e o meu coração, apesar de não estar inteiro, está melhor do que se estivesse acorrentado.
Saturday, September 1, 2007
Adeus, atracção fatal?
Assim como também devo demonstrar respeito pelos homens que aceitaram ser educadores de infância, cabeleireiros ou que mais se atribua ás mulheres , sem contudo deixarem de ser masculinos.Sem dar descrédito aos excluídos destes conjuntos, interessa-me agora falar sobre os que referi.
Para já, o que quero eu dizer com Feminino ou Masculino?Não faço a mínima ideia.Os critérios em que me baseio para fazer esta distinção não são biológicos, nem sociais nem psicológicos.São apenas empíricos.Não chamo a uma mulher masculina, se ela for comando.Chamo-lhe masculina, se a vir e depois de tal, ela me parecer ter uma postura masculina.Análogamente, o mesmo acontece com as que exercerem profissões "tipicamente femininas", cujas não considero necessáriamente femininas, só por isso.
Veio-me este assunto à baila, por ter verificado que os vários tipos de reprodução alternativos já estão muito mais generalizados do que eu imaginava.Assim como as correntes de pensamento que dizem que o sexo deve estar separado da sua componente reprodutiva e assim interpretado independentemente dessa função.É óbvio que os cientistas que defendem esta visão não dizem que a necessidade sexual está primariamente desligada da reprodução.Dizem antes, que uma vez que temos inúmeros recursos à nossa disposição para nos facilitarem a vida, deveríamos aproveitar para, com ajuda de comprimidos, fertilizações in-vitro e clonagem, controlar de tal modo a nossa vida, que daqui a alguns anos não precisaríamos de nos preocupar com a reprodução da nossa espécie, podendo ter sexo, completamente despreocupados e talvez até reduzindo o risco de doenças e bebés infectados.As mulheres não precisariam de engravidar nem os homens de ter espermatozóides férteis.
Como se sabe, nas civilizações mais abastadas, tanto os homens como as mulheres estão cada vez mais inférteis.Uma possível explicação que arranjo é a redução da resposta da glândula da hipófise à necessidade de produção de hormonas masculinas e femininas, devido às condições de conforto muito superiores às vividas nos séculos passados, dando a impressão ao cérebro de uma necessidade de procriação reduzida, pois os riscos de morte são menores e a esperança média de vida maior.
Existe até um cientista italiano que diz que a humanidade tende a tornar-se bissexual, devido a essa separação entre a actividade sexual e reprodução, fazendo-nos isso, caminhar para uma igual probabilidade de escolher um parceiro do mesmo sexo ou do oposto.
Será que aquela atracção que mais de noventa por cento da humanidade sentia, potenciada pelas feromonas largadas pelo sexo oposto, está a caminhar para o seu fim?
Tenho dúvidas.É por isso que falo dessas mulheres que emanam feminilidade ou homens que não perdem a sua masculinidade.Mesmo que não seja a via mais eficaz para a nossa sobrevivência, vai ser preciso mais do que estudos de probabilidades e métodos de reprodução mais saudáveis, para deitar por terra milhões de anos de histórias representadas no teatro do cortejamento.
Sunday, July 8, 2007
Mediocridade e Poder
É absurdo o facto de muita gente depositar esperança em políticos.Como se estivesse nas mãos deles a felicidade de cada um de nós.No fundo está-se a depositar esperança em quem se dedicou mais tempo a conquistar poder e estatuto.Na maior das probabilidades, são pessoas que, em vez de se desenvolverem em áreas de conhecimento específicas, ganhando depois a consciência da sua possibilidade de contribuir para trabalho estatal, passaram logo para a disputa de poder oligárquico ou para uma área que nitidamente lhes coloca perto das questões políticas (como seja, curso de direito, jornalismo, relações internacionais, etc) e com experiência e paciência suficientes para discutir com o intuito de levar a melhor, independentemente da validade e qualidade dos seus argumentos.
Tudo isto são características que não interessam a quem está dependente das decisões das pessoas que as possuem( a essas características) mas interessa ter a quem se move nesses meios(do poder político).
Parecem existir dois discursos paralelos na democracia.Um cidadão despudorado manifesta a sua reivindicação de uma vida melhor à classe política e a classe política reivindica a atenção dos cidadãos para com os seus discursos inúteis e sem conteúdo concrecto, que têm a função de obter uma determinada impressão e reacção por parte do público.Mas a única consequência inevitável desses discursos é o início de opiniões e bitaites por parte desse público que, como não lhe é dada quase nenhuma informação inequívoca, usa tudo aquilo que tem para construir pontos de vista que são trocados até ao infinito e que cada vez mais contribuem para que ninguém esteja realmente informado sobre o que se passa e quem é, de facto, o político que defende a melhor medida.
Isto deve-se, também,ao facto de o discurso político não ser um discurso informativo, mas um discurso publicitário.Onde, acidentalmente, aparecem algumas informações soltas, mas que correm o risco de se tornarem obstáculos ao objectivo do orador.Porque, para alguém que precisa de ter razão, independemente da realidade dos factos, essa realidade é um obstáculo ou pelo menos um fardo.O discurso de alguém com esta postura equivale ao de um advogado contratado por si próprio onde o juíz não existe, não sabe as regras ou não tem autoridade.O único limite do discurso político é o tempo(e às vezes nem esse).O tempo de antena de certos políticos já foi causa de catástrofes ao longo da História.
Uma forma de contribuir para esta tendência é a existência de juventudes partidárias que servem para "encarreirar os putos" que para lá aparecem e se dedicam a conhecer os "meandros da política", a arranjar contactos e popularidade.A construir um estatuto abstracto e sem fundamentos que não sejam a experiência de rodagem em comissões e reuniões.É só quererem e será uma questão de tempo até muita gente os conhecer, uma vez que não conseguem estar calados e os partidos os incentivam a ter essa auto-confiança interminável no que dizem.
Isto constitui o ensaio geral para quando tiverem cargos de poder que conseguem alcançar devido aos primeiros "contactos".O país está sempre dependente da boa-vontade e critério desses contactos.Dessa escolinha de contactos e politiquinhos.
Mas estas escolinhas ensinam muita coisa, isso não se pode negar.Ensinam a "lábia", a rapidez de vocalização inócua e respostas imediatas a perguntas inesperadas.A capacidade de falar mais, de ter a última palavra, de vencer no campeonato das palavras.De não se deixar por vencido.De ter o seu ego como combustível.De se auto-despersonalizar, de deixar de ser uma pessoa em detrimento das suas funções e objectivos.De se mediocrizar.
A necessidade de poder advém , quanto a mim, da falta de algo, de insegurança pessoal.É a necessidade de uma compensação narcísica (repare-se que é raro a beleza ser uma característica de um político.E quando é, a arrogância é interminável).Parece-me que a busca de poder é, na verdade, a sensação da falta dele.
Quererei eu dizer com isto que todos os políticos tiveram como principal impulso esta auto-satisfação, mesmo que mais tarde não se tenham tornado interesseiros?Não.
Quererei dizer que se devia descredibilizar o conceito de poder?Também não.
A minhas setas vão apenas na direcção daqueles que lidam com o conceito de poder como se de um valor absoluto se tratasse.Àqueles que se dedicaram a avançar para os terrenos do poder e decisão sobre outros sem terem qualquer preocupação com o que fazer com isso. Àqueles que transportam ideologias que não passam de pretextos.Àqueles que não se preocuparam em saber o que queriam fazer da vida, desde que resultasse em poder.Que não se importam de ser medíocres.Que se desperdiçam a si próprios por algo que, isoladamente, não tem qualquer valor ou significado, o poder.
Porque, infelizmente, o que acaba por acontecer é que, em geral, quem se dedica(genuinamente) a melhor pensar e compreender o mundo e contribuir para o conhecimento(físicos, químicos, biólogos, investigadores, filósofos, etc) esquece-se dessa busca de poder e informação detalhada dos mecanismos políticos.E quem os conhece melhor(a esses mecanismos) foi quem apenas a isso se dedicou a sério, tendo, quanto ao resto do mundo, desenvolvido uma visão superficial.
Estamos presos a este ciclo de falta de rigor técnico dos eleitores e falta de raciocínio e conteúdo nos políticos.Nem os cidadãos sabem fazer perguntas nem os políticos sabem dar respostas.
O teatro político tende a tornar-se numa manta de palavras que cobre os factos que continuam a passar-se na mesma e que nem os políticos nem os restantes cidadãos conseguem alterar.A não ser, no que toca a uma certa intuição na hora das eleições e no que toca à procura do "timing" por parte dos políticos.Tanto o aborto, como o aeroporto ou a reforma das universidades são questões que se resumem em quanto tempo se consegue adiar um acontecimento neste país.Tudo se resume a uma gerência de ideias já tidas.Tudo se resume a gerência de poder.
Importar-me-ia eu de ter poder?Claro que não!Todos os dias busco o poder sobre mim mesmo e sobre o meu futuro e tento descobrir, com risco de falhar, onde estou a ser dominado e tento, também, combater esse facto.Claro que busco esse conceito.
Importar-me-ia eu de ter poder sobre outros, por princípio?Também não.À partida, não posso saber se seria bom ou mau nesse papel.
A questão é se recusaria buscar um papel de poder, sem antes querer saber qual a sua aplicação-Isso sim, recusaria.
Baseado nas palavras de Francis Bacon:"Knowledge is Power"
O poder não leva ao conhecimento mas o conhecimento pode levar ao poder.
CONHECIMENTO ANTES DO PODER.
Vejam aqui um estudo psicanalista sobre este tema
Friday, July 6, 2007
O circo chegou a Lisboa
Vem aí o circo.Há cartazes.Há palhaços.Há malabaristas.Há trocas de galhardetes.Há diversão.Há tempo e dinheiro perdido.Há espectáculo!!!
Ia a passar na calçada de carrixe e comecei a ver a quantidade de cartazes respectivos às autárquicas e parecia que estava no meio de uma revista de bd em que os bonecos se insultavam todos uns aos outros.Parecia que cada cartaz que eu lia, já estava a responder ao insulto do cartaz anterior(sim, eu li alguns, processem-me).
O melhor, se calhar, é juntarmo-nos à festa, como fazem os do Gato Fedorento e não desperdiçarmos a oportunidade que este país nos dá de nos divertirmos, que isto, o mal, é levarmos a vida a sério...
Mesmo assim gostava de partilhar este pensamento:
Síndrome da responsabilidade política:Quem são as únicas pessoas que não precisam de saber fazer nada pelo país?As que mandam fazer.
E uma curiosidade:
Etimológicamente, as palavras "eleição" e "inteligência" têm raízes parecidas, uma vez que "eleição" quer dizer "escolha" e inteligência diz respeito á capacidade de "escolher" entre várias opções.Curioso...
Wednesday, July 4, 2007
Aconteceu na América
Este é um pedido de admissão verídico, submetido por um
rapaz de 17 anos a um restaurante da cadeia McDonalds
nos Estados Unidos. O candidato foi aceite devido à sua
originalidade, honestidade e bom humor…
Nome: Greg Bulmash
Sexo: Ainda não. Continuo à espera da pessoa certa!
Posição desejada: Presidente. Caso esteja preenchida,
poderá ser a que estiver disponível.
Salário desejado: O mesmo de Micheal Ovitz (o gestor
mais bem pago do mundo. Caso não esteja em condições de
pagar o montante desejado, agradeço que façam uma
proposta irrecusável.
Educação: Muita (pelo menos a minha Mãe esforçou-se).
Ultimo Emprego: Alvo da hostilidade de um gestor
intermédio.
Ultimo Salário: Muito menos do que aquele que eu
merecia.
Feitos Notáveis: Desvio de canetas e de blocos post-it.
Razões pelas quais saiu: Estava farto.
Horário Pretendido: De preferência das 13 às 15h, às 2as
4 as e 5 as.
Tem competências especiais?: Sim, mas são mais indicadas
para ambientes mais íntimos.
Podemos contactar a sua actual Entidade Patronal?: Se a
tivesse estaria a preencher este bendito formulário?
Tem automóvel? Que funcione, não.
Recebeu algum prémio ou distinção?: Só se ganhar a do
candidato mais original da McDonalds.
Fuma? Só nos intervalos e às escondidas!
O gostaria de fazer nos próximos 5 anos?: Viver nas
Bahamas com uma top-model
Jura que todas as suas declarações correspondem à
verdade? Absolutamente.
Assinatura (Sign): Carneiro
Wednesday, June 27, 2007
Experiment Freedom...with cars re-sell prices..
Experiência reservada a mulheres ou O desprezo pelas máquinas-não sei qual o título mais adequado
Tuesday, June 26, 2007
Porquê o alargamento da discussão pública do novo RJIES?
Concretização da diferenciação das Instituições Politécnicas no Capítulo da Investigação;
Excerto de um post: "SCOOP RJIES - um Nariz de cera" do blog: Outra Loiça
Um exemplo que serve para demonstrar porque agendou Mariano Gago, a discussão pública do novo RJIES para justamente, a época de exames em que os mais interessados em se informar e discutir estão sem tempo para tal discussão (professores e alunos) pois estão a estudar, a fazer ou a corrigir testes.
É já esta quinta-feira a votação na AR!
Thursday, June 21, 2007
Homenagem a Tolstoy
"Os ricos farão de tudo pelos pobres, menos descer de suas costas."
"Quem nunca esteve na prisão não sabe como é o Estado".
"O homem que desempenha um papel nos acontecimentos históricos jamais lhes compreende o significado".
"A arte é um dos meios que unem os homens."
"Aceitar a dignidade de outra pessoa é axiomático. Não tem nada a ver com dominação, apoio, ou atos de caridade em relação aos outros."
"É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas."
"Governos precisam de exércitos para protegê-los de seus oprimidos e escravizados súditos."
"Em minha busca de respostas para a pergunta da vida, senti-me exatamente como um homem perdido em uma floresta."
"Em vão centenas de milhar de homens, amontoados num pequeno espaço, se esforçavam por disfigurar a terra em que viviam; em vão a cobriam de pedras para que nada pudesse germinar; em vão arrancavam as ervas tenras que pugnavam por irromper; em vão impregnavam o ar de fumaça de petróleo e de carvão; em vão escorraçavam os animais e os pássaros - porque até na cidade a Primavera era Primavera". Retirado do livro Ressurreição
"Quase todos os esforços humanos se dirigem não à diminuição da carga do trabalhador, mas a tornar mais agradável o ócio dos que já vivem em lazer."
"A tristeza pura e completa é tão impossível quanto a felicidade,pura e completa."
"Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar-se a sí mesmo."
"É mais fácil escrever dez volumes de princípios filosóficos que por em prática um só deles."
"As vezes acontece que se discute porque não se chega a comprender o que pretende demonstrar o nosso interlocutor."
"É mais fácil fazer leis do que governar"
"Não há situação a que um homem se não habitue, principalmente se todos os que o rodeiam vivem em iguais condições."
"O respeito foi inventado para esconder o lugar vazio onde deveria estar o amor"
"As mulheres são o principal obstáculo à actividade do homem. É difícil amar uma mulher e fazer qualquer coisa ao mesmo tempo."
"Todo aquele que tem uma vida complicada julga ver nessa complicação uma fatalidade que só a ele atinge."
"A energia tem por base o amor e o amor não se consegue à força."
"Qualquer pessoa é capaz de se conservar horas sentada de pernas encolhidas, sem mudar de posição, desde que esteja certa de que nada a impedirá de o fazer. Mas, sabendo que é uma imposição, terá cãibras e as pernas, trémulas, acabarão por se estender."
E a minha preferida:
"Antes de dar ao povo sacerdotes, soldados e maestros, sería oportuno saber se ele não está a morrer de fome."
Thursday, June 14, 2007
Egopata
Onde está o meu sono?
Onde está a minha tranquilidade?
Porque me acordaram?
Vivia eu na insconsciência?Ou na sabedoria completa?
Expulsaram-me daquele ventre...agora já não me lembro bem
Tiraram-me das trevas...quem vos pediu?
Pedi a alguém para nascer?
Alguém me perguntou alguma coisa?
Arrancaram-me do sono profundo
E agora procuro-o todos as noites
Quando, finalmente, se põe este Sol
Que me quiseram mostrar...Maldito seja!
Uma ou outra interrupção...ainda aguentava
Mas depois romperam-me o cordão
A minha raíz...foi-se
Desligaram-me
Acordaram-me
Nunca mais fui natureza
Nunca mais fui perfeição
Nunca mais vivi naquela caverna húmida
Onde alguém que eu não via
Me dava tudo o que eu precisava.....................................
Mas eu vingar-me-ei!
Irei lutar para provar que não me venceram
Com ódio, receberão o amor que me tiraram
Irão conhecer o monstro que despertou
E também a força que, outrora, o sufocou.
Tudo isto, para receber
O meu sono de volta.
Monday, June 11, 2007
Tuesday, June 5, 2007
Just do it
"...não sendo certamente a mesma coisa praticar algum dos actos com uma criança de cinco, seis ou sete anos, ou com um jovem de 13 anos, que despertou já para a puberdade e que é capaz de erecção e de actos ligados à sexualidade que dependem da sua vontade."
Consideram a erecção um acto voluntário(todos os homens se lembram da primeira, foi mesmo de propósito...os sacanas...).E já que foi de propósito, já não há tanta responsabilização do abusador(como homem, sinto-me elogiado por considerarem que por o meu género ter um orgão fálico, isso me dá, desde tão cedo, poder e controlo absoluto e consciente sobre o meu sexo.As mulheres(que não são condenadas por ter prazer numa violação), vítimas do sexo(que duro golpe na emancipação) é que se calhar, estão á mercê desse falo.Então, os homens, de facto, mandam mesmo nisto...
Bom, e já agora deixem-no(ao condenado) sair mais cedo, coitado, que é para ver se ele apanha depressa, mais algum desses malandros preversos, capazes de erecção...(que, pelo que os juízes nem sabiam, inclui até mesmo bébés).
Que sorte, para o menor, que o caso já está encerrado, senão às tantas, ia ele preso.
"O arguido foi mantendo o seu comportamento sobre este menor, o que foi sendo propiciado pelo facto de o menor não contar a ninguém. (...) que se limitou a ‘ordenar’ ao ofendido que não contasse o que se passava entre eles."
Que caso tão raro esse do "não contar a ninguém".Nunca acontece...Este menor é, de facto, um inovador...merece tratamento especial...
Este caso, realmente, tocou-me.Acho que devia haver uma associação para a a defesa dos pedófilos, para eles não sofrerem abusos da justiça.Felizmente, que este foi salvo, a tempo, pelo SUPREMO(sim, supremo, engraçada esta palavra, não é?) Tribunal que lhe conseguiu reduzir a pena de 7 anos e 5 meses para 5 anos.
Já viram 7 anos e 5 meses?Que barbaridade!!!
E que fique a mensagem: se encontrarem um jovem "capaz de erecção", isso significa que ele já está para as curvas e se quiserem cometer algum crime de pedofilia com atenuante, têm sempre esta opção no mercado(ou na rua, ou na escola, ou em casa...).Se não fossem as lições da justiça portuguesa, não sei o que seria de nós...
Passando para um tom mais sério, parece-me que o problema não está em considerar que um abuso a um menor de 13 é diferente de um abuso a um de 6 ou 7 anos, pois isso é óbvio.O problema reside, a meu ver, nos argumentos usados e na demonstração da falta de tacto destes juízes para temas como "sexo", tema que infelizmente abrange uma parte muito importante dos casos de tribunal e até podia abranger mais, se a maioria dos casos fosse denunciado.Se estas "opiniões" tivessem sido dadas por um tribunalzeco da vila-dos-cata-percebes, já eram graves, mas feitas pelo mais alto orgão decisório da Justiça em Portugal já não são classificáveis.
Até no facto de se achar que pode ter havido consentimento por parte do menor, se deve atenuar a pena, não se percebendo que não é isso que faz do pedófilo menos perigoso e irresponsável.Quase que o facto de o menor poder ter tido esse consentimento desagrava uma vontade do condenado que, possivelmente, existiria de qualquer forma.Para que serve afinal o estatuto de menor?
O facto é que o comportamento sexual numa sociedade é das coisas mais importantes que nela existe(seja activo ou passivo).A naturalidade das pessoas na abordagem desse tema é fulcral.Mas trago comigo a suspeita de que cada vez mais se fala em sexo, mas cada vez menos se sabe o que é.Existe uma aparente libertinagem na arte e na cultura actual, em relação ao sexo, mas quando se chega à hora da verdade acontecem casos como o destes juízes que, no mínimo, foram influenciados por um desconforto escondido e defendendo-se com uma atitude arrogante perante um assunto que, pelos vistos, não dominam muito bem.
A minha hipótese é que, embora, muitos homens actualmente, sintam a necessidade de exibir uma atitude de macho latino desprendido, eu por outro lado considero que é a falta de afectividade no sexo que leva as pessoas a fazerem-no sem saber o que estão a fazer, pois uma relação com alguém sem querer saber desse alguém, mais não é que uma "masturbação".Esta atitude leva as pessoas a lidar com uma relação sexual como se fosse algo de estranho.E tanto aqueles que copulam como se fizessem exercício físico, quase olhando para o sexo como algo desligado do resto da vida, ou aqueles que o fazem como se de um favor se tratasse, são ambos "anjinhos assexuados" pois ambos estão, no fundo, distantes do assunto e penso que isso faz deles, indivíduos perigosos.
E em certos casos, essa atitude de estranheza é escondida por detrás da banalização do assunto (banalização essa que pode levar as pessoas a recorrerem a aplicações alternativas da sua sexualidade - a moda do sado-maso, a necessidade de experimentar orientações sexuais diversas, etc - que considero serem sinais de tédio e/ou frustração sexual) e pode levar as pessoas a tratar os parceiros como objectos(pois se o sexo é estranho, então a outra pessoa, enquanto parceira sexual, também o é), já não tendo importância se estes são menores ou outra coisa qualquer pois, afinal de contas, são apenas objectos.
Thursday, May 31, 2007
Greve sem efeito
Wednesday, May 23, 2007
Entre Neo-Nazis e Enfermeiras-parte 2
Analisando o que se sabe sobre o cérebro das mulheres, parece-me viável dizer que tal está estruturado de forma mais realista, pois utiliza mais vezes os dois hemisférios em simultâneo para realizar tarefas do que o homem.Isto traz-lhe vantagens no que diz respeito à harmonia com a natureza, pois nesta os objectos não estão já limitados de acordo com os nossos conceitos.Tudo está ligado de alguma forma.Daí a aversão geral das mulheres aos raciocínios absolutistas e limitadores da realidade.
O facto é que nem sempre interessa harmonizar ao máximo com a natureza.Ao longo da construção de uma sociedade surge sempre a necessidade de fazer evoluir conceitos como segregação, separação, regras, limites, sistemas e outros que vizam apenas organizar e gerir a realidade e não, vê-la tal como ela é.Não vizam ser como a natureza.Vizam AGIR NA NATUREZA.Vizam tomar decisões, mais do que realistas, funcionais.Função, esta é a palavra chave.Os homens avaliam o valor de algo pela sua função e versatilidade.As mulheres não precisam que algo sirva para alguma coisa para lhe darem valor, daí que acham que toda a gente merece amor e consideração.Até os criminosos e os imbecis precisam de atenção.Tudo conta.Tudo é importante.
Por muito que me custe admitir, esta atitude faz mais sentido do que a dos homens utilitaristas, pois na verdade, a vida não tem que ter uma função, as pessoas não têm que ter uma função nem de ser julgadas por isso.A sociedade é que exige que tal aconteça para que se lhe possa pertencer e beneficiar da sua protecção.Protecção essa que é a única ideia que convence a Mulher a concordar que a sociedade se organize para lá das várias famílias.Para que todos se possam salvar.
Mas apesar disso, penso que se passa algo na sociedade dos dias de hoje que não contribui para revelar estas características na mulher.A necessidade de se afirmarem como substitutas dos homens, como se isso fosse bom e sem,ás vezes, pensarem se é isso que querem.
Observei isso num hospital, hà pouco tempo.No meio de todo aquele ambiente de portas e corredores em que me perdi, só me sentia bem quando, em vez de passar um médico arrogante ou um paciente numa maca, passava uma enfermeira sorridente e que quase me tentava "curar" com o olhar.Depois, na altura em que conversava com uma médica sobre o paciente, tentei fornecer alguns dados sobre ele, que pensei serem importantes.Mas numa atitude que não esperaria numa mulher,a médica virava a cara e fingia já saber tudo e não dava importância.O mesmo fez a segunda médica que analisou o mesmo paciente.
O facto é que o que eu disse sobre as possíveis razões sobre a causa do episódio que levou o paciente ao hospital confirmaram-se no dia seguinte por um médico particular.E se a dita médica tivesse usado os dois hemisférios como fazem as enfermeiras com que me deparei, teria dado mais atenção às pessoas envolvidas, ter-me-ia ouvido e teria evitado as 8 horas de exames e análises inconclusivos que o paciente teve que sofrer.
Estas duas médicas tentaram , na minha opinião, adoptar uma atitude mais distante, talvez para se sentirem pertencentes a um mundo que olham como masculino, mas numa representação infeliz não obtiveram nenhuma vantagem a partir dessa ideia.
Como sabemos, noutras ocasiões pode ser útil usar essa atitude distante como a que usei para analisar o que se passou na minha frente com intuito de chegar às conclusões que apresentei.A aproximação excessiva(que atribuo como desvantagem das mulheres) pode levar a misturar conceitos que embora realmente ligados não me ajudariam a pensar num contexto específico.
Acontece que o abuso do distanciamento pode levar a atitudes como a dos Nazis e como as dos agora emergentes, Neo-Nazis e nacionalistas. Tanta determinação e vontade poderia ser usada para coisas muito mais úteis do que tentar conquistar um lugar da assembleia para forçar a ostracização e promover o racismo.Espero que as mulheres não se juntem nestas inciativas de masculinização estúpida da sociedade, apenas para se poderem afirmar também.
O confronto de valores resultante das vontades dos homens e das mulheres deve-se manter sem nenhuma visão ter de prevalecer sobre a outra.Pois se os homens perdem os seus "defeitos", a sociedade perde a sua força e objectividade e se as mulheres perdem os seus, a sociedade perde a sua razão e encanto.