Sunday, April 15, 2007

República das bananas

Antes de mais e completamente a despropósito, o Nuno Gomes é estúpido...mas adiante, na última semana, tivemos a prazer de assistir à confirmação de que a república das bananas chama-se de facto, Portugal.A dedicação e competência com que os senhores jornalistas da televisão do serviço público e o engenheiro(lol) José Sócrates se entregaram ao apuramento dos factos relativos ao seu percurso académico, foi tão ridícula que acho que nem uma pessoa em Portugal levou tal assunto a sério,excepto alguns deputados que tentando salvar a imagem dos políticos portugueses em geral, deram um tom sério à suas declarações , afirmando que não ficou provado que tenha havido algum favorecimento(o que é , de facto, verdade).
Mas o mais grave em tudo isto é que um assunto que não parecia ter importância para a vida política e para o futuro de Portugal(por mim, Sócrates até podia ser varredor de ruas) ganhou importância quando o primeiro-ministro deixou que lhe empurrassem à parede, não lhe restando outra solução senão defender-se com unhas e dentes para provar a legitimidade do seu título de engenheiro (como se fosse com isso que o eleitorado português estivesse preocupado)cujo nem está reconhecido pela respectiva Ordem.
Ao insistir em defender-se e usar argumentos dúbios como mostrar um papel que confirma a sua obtenção de um MBA em resposta a uma reclamação dos jornalistas de uma confirmação de uma licenciatura legítima, que equivale a responder as horas, quando lhe perguntam o dia, Sócrates deixou mais acesa a hipótese de se ter embrulhado numa confusão por uma mera atitude de novo-riquismo pequeno-burguês de quem quer ter títulos e reconhecimento.

Se até o primeiro-ministro perdeu tempo com um assunto que tão pouco diz respeito ao futuro do país, que raio de motivações terão os vários deputados que se sentam no parlamento regularmente e muito se recusam a conciliar esforços e procurar soluções que unam a assembleia?Seria hipócrita justificarem-se no peso ideológico de cada partido, pois as ideias de cada partido assentam na sua necessidade de sobrevivência e não de coerência...

Bem sei que há muito mais vida além do parlamento.Mas será que o que se passa nesse local não é, no fundo, um confronto de ideias e soluções, mas sim, um confronto de egos?Cujo choque se manisfesta em divergências, aparecendo as justificações à posteriori?

Parece haver uma atitude pouco científica e distanciada de si mesmo, por parte do político português em geral e é essa fachada que ele tem de manter para gerir a sua impressão no público que faz dele alguém que potencialmente põe a eficiência em segundo lugar.(isto para não falar da única coisa que é certa em ser político-dá dinheiro). Contribuindo-se assim para que a definição mais aproximada de um político seja apenas a de alguém com poder sobre outros e sem mais requisitos necessários.Ou apenas, um "admnistrador público com interesses particulares".

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